Os caminhos da arte na Antiguidade

Encerramento

De que forma a arte pode ser entendida nos primeiros períodos da existência humana na Terra? Existe algum ponto de contato entre a chamada arte primitiva e a produzida pelos egípcios?

No início da história da humanidade, a arte tinha, antes de qualquer coisa, um caráter pragmático. Ou seja, a arte era produzida com uma finalidade específica, uma utilidade prática. Para entender essa utilidade no período dito pré-histórico, aquele anterior aos registros escritos, os historiadores da arte utilizam-se dos conhecimentos da antropologia e da arqueologia para compreender tanto a finalidade didática dos desenhos e das pinturas, quanto da finalidade mágica, por trás de algumas pinturas rupestres. Esse caráter mágico ou sobrenatural vai perpassar grande parte da produção artística da Antiguidade, podendo ser percebido até mesmo no antigo Egito, no qual um rigor extremo no controle dessa produção vai garantir a eficácia das fórmulas mágicas destinadas a durar por toda a eternidade.

Quais as mudanças desenvolvidas pelos gregos em comparação com a produzida pelos egípcios, que foram incorporadas ao programa artístico desenvolvido por eles?

Os egípcios, apesar de saberem retratar fielmente a natureza, por questões de ordem prática relacionadas à estrutura social na qual se encontravam, seguiam os padrões definidos pelos grandes artistas do passado. Esses artistas haviam elaborado fórmulas que contribuiriam para a manutenção da ordem social, fosse ela referente à hierarquia estabelecida ou relativa às fórmulas mágicas destinadas à vida após a morte. Os gregos, ao contrário, depois de assimilarem o que era possível dos artistas egípcios, optaram por partir para a observação da natureza, entendida por eles como a mestra de todas as coisas. Ao agirem dessa forma, os gregos foram, gradativamente, aprimorando a representação humana. A arte ainda se vinculava com a religião, mas, ao contrário do mundo egípcio, o modo como ela era desenvolvida, valorizava o homem e não os deuses.

Quais são as características da arte romana?

A principal característica da arte romana está ligada à arquitetura. Os romanos preocuparam-se, antes de mais nada, em demarcar os limites do império e fizeram isso utilizando, em grande medida, os recursos disponibilizados pela engenharia. Eles foram buscar, principalmente dos gregos, em especial da arte helenística, as características estilísticas. Eles foram grandes engenheiros e colecionadores. Daí a construção de grandes obras, destinadas, em grande parte, às questões políticas e administrativas, aliadas ao gosto estético, característico do período grego helenístico.

Resumo da Unidade

Nesta unidade, você estudou as primeiras manifestações artísticas de que temos notícia na Antiguidade, seguidas dos trabalhos de artes visuais e de arquitetura desenvolvidos pelos egípcios, gregos e romanos. Nesses primeiros momentos da história da humanidade, a produção artística era feita de forma distinta daquela que conhecemos hoje. A arte não existia enquanto algo belo, que seria passível de ser admirado somente pelos seus caracteres estéticos. A arte prestava-se a finalidades práticas. Nesse sentido, fica um pouco mais fácil entender a motivação que os artistas tinham para desenvolver seu trabalho, principalmente os de arquitetura. As obras, geralmente, eram feitas para glorificar os deuses ou para garantir a sobrevivência da tribo ou ainda para vencer a morte, por meio da representação dos governantes. Foi assim nos períodos paleolítico e neolítico e essa tendência manteve-se no Egito Antigo.

Ao naturalismo, que pode ser percebido nas pinturas das cavernas, seguiu-se a ordem e a rigidez do frontalismo egípcio. Tudo o que era necessário para entender uma cena, ou uma imagem, deveria ser colocado em sua representação. Os egípcios colocavam em uma pintura tudo o que eles sabiam que existia naquela cena, no ângulo ou vista, que melhor se adequava ao entendimento do objeto. Os gregos aprenderam com os egípcios, mas aliaram aos elementos apreendidos a observação da natureza. Eles glorificavam o homem por sua importância na natureza, pois era nela que se encontrava a perfeição, sendo, portanto, a mestra de todas as coisas. Daí o realismo, a fidelidade à representação do que se via.

Os romanos, por sua vez, grandes administradores que eram, investiram na organização dos espaços, fazendo da arquitetura e da engenharia sua principal forma de expressão, sua marca registrada. Graças ao amor que votavam à cultura grega, motivação para a prática do colecionismo de tudo o que havia sido produzido nos períodos clássicos e helenísticos, é que chegaram até nós grande parte do que conhecemos da escultura grega. Os romanos buscaram na Grécia os elementos artísticos que os interessavam e os adequaram às necessidades da urbis.

Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de ensino publicado na página inicial da disciplina.