Quais são os possíveis problemas que podem causar erros nos processos decisórios?
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Quais são os possíveis problemas que podem causar erros nos processos decisórios?
Como já vimos até aqui, ainda que os estudos apontem muitos casos de tomada de decisões e formas para os processos decisórios, não é possível eleger o melhor procedimento para uma decisão como regra geral, pois sabemos que, na maioria dos casos, as decisões decorrem de um problema a ser solucionado. Assim, cada caso é singular e requer um tipo de análise e, consequentemente, medidas específicas para tal.
Nesse sentido, cabe à gestão do negócio definir, por meio dos estudos sobre processos decisórios, qual método de tomada de decisão adotar para solucionar os problemas corporativos.
Sabemos, também, que os processos — cada um com sua singularidade — e os problemas necessitam de um entendimento mais específico e minucioso para que se notem os pontos importantes que, de outra forma, seriam despercebidos no processo e que poderia ser crucial para o apoio ao tomador da decisão.
Mayer (1990 apud EYSENCK; KEANE, 2007) trata a resolução de problemas como uma forma de interação que tenha que gerir certa mudança de situação para que o problema deixe de existir ou cause menos impacto.
A autora ainda completa sua abordagem da resolução de problemas com três pilares que a definem, sendo eles:
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1° Pilar A resolução de problemas é pretendida, ou seja, guiada para objetivos. |
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2° Pilar A resolução de problemas engloba mais processos cognitivos do que automáticos. |
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3° Pilar Um problema só nasce no momento em que um indivíduo necessita de conhecimento expressivo para gerar uma resposta imediata. |
Segundo Eysenck e Keane (2007), a tomada de decisão compreende a resolução de problemas, uma vez que a pessoa tenta realizar a escolha mais adequada por meio de uma série de alternativas. O que destoa um processo de outro se resume no fato de que as opções geralmente são esclarecidas no processo decisório, ao passo que os solucionadores de problemas precisam gerar suas próprias alternativas. Outra possível discrepância identificada entre os processos e indicada pelos autores é a de que a pessoa toma decisões em ambientes improváveis, enquanto resolve problemas em ambientes previsíveis.
Assim, entendemos que também faz parte da análise de decisão o entendimento acerca de quais são os possíveis problemas que podem acarretar erros nos processos decisórios. Em outras palavras, a compreensão do parâmetro organizacional pode ajudar na previsão de possíveis problemas no processo.
Clique nos botões a seguir e veja alguns problemas que podem ser identificados com a compreensão do parâmetro organizacional.
Eysenck
Michael William Eysenck é um psicólogo acadêmico britânico e professor emérito de psicologia na Royal Holloway, Universidade de Londres. Ele também atua como professor na Universidade de Roehampton. Sua pesquisa se concentra em fatores cognitivos que afetam a ansiedade.
Keane
Mark T. Keane é um cientista cognitivo e autor de vários livros sobre cognição humana e inteligência artificial, incluindo Cognitive Psychology: A Student's Handbook, Advances in the Psychology of Thinking, Novice Programming Environments e Advances in Case-Based Reasoning.
Incapacidade de reconhecer o problema
O tomador da decisão consegue visualizar o problema, mas não consegue entender com clareza a existência do problema e como ele está prejudicando o resultado da empresa.
É o que ocorre, por exemplo, quando uma nova empresa concorrente se inicia no mercado e se destaca.
Interpretação diferente
Quando as alternativas e proposições de soluções, vindas de diferentes pessoas para o processo decisório, tornam-se um conflito e as partes não conseguem escolher, por meio de um consenso, o que seria melhor para a organização.
Como quando o gerente comercial propõe como solução o aumento da equipe e por outro lado o gestor de recursos humanos sugere como solução a troca de campanha de vendas, quando o problema se trata da queda no número de vendas.
Decisão precipitada
Quando não se atenua o problema, partindo direto para a fase da solução, sendo movida por impulso emocional, sem antes utilizar um processo racional sistemático.
Por exemplo, a demissão precipitada, sem um estudo de viabilidade, de um ótimo funcionário que teve um eventual conflito com um colega de trabalho.
Avaliação prematura
Quando a pessoa que toma a decisão se “deixa levar” apenas contendo informações superficiais ou até mesmo pelas primeiras impressões, sem buscar as informações necessárias sobre o problema ou o que é mais importante ao processo decisório, poderá cometer erros graves.
Como exemplo citamos a decisão de uma empresa de baixar o preço dos produtos, sendo que os clientes estavam criando objeções na compra por conta da forma de pagamento e não do preço dos produtos.
Excesso de confiança
Quando o tomador da decisão só confia em seu intelecto ou modo de pensar, desconsiderando os conhecimentos e as experiências dos indivíduos que poderiam colaborar na tomada da decisão.
Por exemplo, quando o gestor decide por conta própria e a decisão é ineficaz, pois o tomador da decisão não contou com a contribuição dos membros que poderiam por meio de seus conhecimentos e experiências ajudar no processo decisório.
Comprometimento prematuro
Trata-se da limitação do tomador da decisão para escolher a primeira alternativa no processo decisório, de forma a desconsiderar as demais possibilidades de atingir o objetivo.
Um exemplo de comprometimento prematuro é quando há o problema de falta de produtos em estoque e o tomador da decisão escolhe a alternativa mais fácil que é comprar produtos sem fazer uma nova pesquisa de fornecedores e acabar comprando produtos com um investimento acima da média e ter gastos desnecessários.
Confusão entre problemas e sintomas
Nesse caso, as decisões são tomadas somente de forma remediadora, o que só faz repetir o problema, pois a causa não foi neutralizada.
Por exemplo, a compra de matéria-prima que só atenda à demanda de produção em um curto período.
Ênfase apenas na solução
Quando o tomador da decisão, de forma precipitada, foca somente na solução e acaba não verificando se existem mais problemas a serem considerados no processo.
Por exemplo, quando um gerente comercial contrata mais um vendedor para o time comercial e não investe em capacitação para melhorar a abordagem, que é outro problema comercial.
Avaliação subestimada da implementação
Escolher pela alternativa de solução que na prática seja a mais fácil de executar, entretanto, nem sempre esta é a ideal para atingir o objetivo organizacional. Nesse caso, consequências inesperadas podem acontecer e tornar a decisão ineficaz.
Como exemplo de uma avaliação subestimada da implementação citamos o apresentado no problema do comprometimento prematuro: na falta de produtos em estoque, o tomador da decisão escolhe a alternativa mais fácil, que é comprar produtos sem fazer uma nova pesquisa de fornecedores, e acaba comprando produtos com um investimento acima da média e tendo gastos desnecessários.
Incapacidade de definir prioridades
Por falta de planejamento e análise detalhada da situação, são tomadas as decisões para resolver os problemas menos urgentes ou de menos impactos deixando que os problemas mais graves causem danos maiores à organização.
Como exemplo citamos a decisão de mudar a localização da empresa em um período de crise financeira.
Falta de competência
Quando não há um organograma do processo que coloquem as pessoas com conhecimentos e habilidades de forma estratégica na interação e execução da tomada da decisão, o que pode acarretar uma grande perda de tempo e de energia das pessoas envolvidas sem que elas consigam resolver o problema de forma eficiente.
Por exemplo, quando quem toma a decisão que impacta setor de vendas é o responsável pelo administrativo e este não detém os conhecimentos e as experiências necessários para uma boa decisão.
Confusão entre informação e opinião
Quando a cultura e o clima organizacional não permitem que a racionalidade seja vista como mais importante do que os interesses e as opiniões pessoais que não agregam os resultados gerais da empresa.
Por exemplo, quando a empresa não tem reuniões estratégicas para levantar informações para o processo decisório e usam opiniões de modo informal na tomada de decisão.
Os processos decisórios dependem diretamente das pessoas que os manipulam, as quais, para tomar decisões racionais e inerentes ao propósito da empresa, devem avaliar de forma efetiva o problema para que se esclareçam sugestões de melhorias ou solucionadoras no processo decisório.
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