Planejamento, estratégia, sistematização de apoio nas etapas da tomada de decisão
Tema 1
Conceito de planejamento, estratégia e sistematização
Como entender os processos decisórios sem ter consciência sobre planejamento, estratégia e sistematização?
Iniciaremos nossos estudos apresentando o conceito de planejamento, que tem uma definição muito ampla, pois diversos estudiosos apresentam diferentes conceitos para o termo. Em seguida, abordaremos os conceitos de estratégia e sistematização.
Planejamento
Tente conceituar o termo “planejamento”. Certamente, você relacionará o termo ao ato de pensar, que abrange imaginação. Isso possivelmente ocorrerá porque planejar refere-se a imaginação humana dentre ideias, experiências, metas e objetivos, que, de forma lógica, permitirá definir de modo programado as ações que acarretarão o futuro.
No ponto de vista do autor Pasquale (2012, p. 98), o ato de planejar é o “processo de elaborar o plano, que é o documento escrito. Portanto, planejamento é ação, enquanto plano é resultado”. Em outras palavras, planejamento consiste na materialização física do conjunto de ideias, objetivos e pensamentos de acordo com a realidade em que a pessoa que o realizará se encontra. Sobre o mesmo tema, Correa (2002, p. 98) cita que o planejamento é considerado um processo administrativo, sistemático e lógico, com a pretensão de alcançar um propósito.
Outros autores entendem o planejamento como o conjunto de definições que seguem uma razão lógica e bem estruturada em etapas, podendo ser realizado de diversas formas e meios — como de forma manual ou automatizada/técnica, em grupo ou individualmente.
De acordo com Oliveira (2004), o planejamento é composto pela identificação, análises, estruturação e coordenação de missão, propósitos, objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas internas e externas, programas, projetos e atividades. Seu objetivo é chegar de modo mais eficiente, eficaz e efetivo ao máximo de desenvolvimento possível, com a melhor concentração e otimização de esforços e recursos.
Para os negócios, o planejamento deve fazer parte da rotina, no intuito de definir ações e estratégias para guiar os colaboradores ao que a empresa espera conseguir como resultados. Nesse sentido, o planejamento possui um rumo estratégico, ou seja, trata-se de definições de uma melhor forma de trabalho para atingir determinado objetivo.
Planejar consiste em criar táticas que possam guiar a um determinado objetivo.
Ao estudar planejamento nos cursos da área de Administração, nos deparamos com a aplicação de planejamentos em diversos níveis hierárquicos de uma empresa e com formatações diferentes e tipos de planejamentos. São eles: planejamento organizacional, planejamento estratégico, planejamento de marketing, planejamento de comunicação e planejamento de campanha comercial. Clique em cada um deles para entender do que se tratam.
Planejamento organizacional
Esse formato não depende do modelo organizacional da empresa, mas do ato em si de planejar e tomar decisões. Assim, todos os níveis hierárquicos são unificados em prol da construção de perspectivas futuras para a empresa. Neste formato, também desenhamos os caminhos, os recursos e os responsáveis para atingir determinado objetivo ou tomar uma decisão.
Planejamento estratégico
Este formato, na maioria dos casos, está ligado diretamente ao marketing da organização, pois consiste em gerar e aproveitar oportunidades de expansão, aumentar a lucratividade e alcançar destaque no mercado perante a concorrência, de acordo com o que se pode estudar dos ambientes internos e externos da empresa. Isso pode levar a empresa a repensar a forma de gerenciamento do negócio para que se decida uma melhor forma de alcançar as metas.
Planejamento de marketing
É o conjunto de habilidade racionais, gerenciamento de pessoal, financeiro, 4 Ps do marketing e todo o fluxo de produção e comercialização, com ênfase na comunicação para que se possa, além de satisfazer e atender às expectativas e desejos do público consumidor, causar-lhe impacto positivo sobre a sua opinião e visão perante aquela empresa para que se torne fiel, firmando o posicionamento competitivo da organização no mercado.
Planejamento de comunicação
Este se constitui em um modelo mais sistematizado, com a pretensão de alinhar os objetivos e estratégias organizacionais no que se refere às atividades de comunicação da empresa, a exemplo de propagandas, promoções de vendas, relações públicas, imprensa, e demais campanhas comerciais.
Planejamento de campanha comercial
O foco deste formato é alcançar o público-alvo — que também é definido, dentro do planejamento, como norteador para as decisões que serão tomadas — com o objetivo de gerar conexão com os potenciais clientes e tornar pública a empresa por meio dos canais de comunicação e interação com o público. Aqui, buscamos formatar uma linguagem e texto que chamem a atenção das pessoas, atraiam e provoquem a tomada de decisão de consumo do cliente alvo.
O entendimento de cada um desses formatos é importante para a realização de um planejamento bem estruturado, aumentando as chances de que o objetivo da empresa seja alcançado.
Estratégia
O conceito de estratégia consiste em ações bem elaboradas, com o intuito de melhorar os meios para alcançar uma meta.
Para encontrarmos a estratégia adequada, é necessário verificar a situação atual, visualizando os cenários e as análises sobre o futuro, com as expectativas da organização no curto e longo prazo.
Em outras palavras, podemos considerar a estratégia como:
Conjunto de decisões genéricas de momento futuro com o objetivo de alcançar uma vantagem competitiva para a organização.
No ponto de vista de Pasquale (2012, p. 107), a empresa deverá identificar como oportunidade a situação a fim de adotar a estratégia adequada para alcançar os objetivos pretendidos. Da mesma forma, estratégias consistem em ações que a empresa deverá realizar para alcançar seus objetivos. Elas são definidas por meio dos objetivos a serem alcançados e são influenciadas pela missão, visão, crenças e valores, microambiente e situação da organização.
Por outro lado, segundo Oliveira (2004, p. 424), estratégia é trajeto, maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar preferencialmente, de maneira diferenciada, os objetivos e desafios estabelecidos a fim de chegar ao sucesso, nas melhores circunstâncias e realidade da empresa perante o seu ambiente. Na perspectiva de Porter (1996, p. 68): “Estratégia é a criação de uma posição única e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades.”
Fases da estratégia
Entre os diversos tipos de estratégias, consideramos algumas das principais fases do que é considerado estratégia e que são elucidadas por alguns autores.
Clique nas abas a seguir e conheça cada uma delas:
Fase 1 - Intenção estratégica
Também conhecida como a fase da “concepção estratégica”, nas palavras de Chiavenato (2003, p.72-73) “representa a alavancagem de todos os recursos internos, capacidades e competências essenciais de uma organização com a finalidade de cumprir suas metas no ambiente competitivo”. De acordo com o autor, para que uma empresa seja criada, os empreendedores devem levar para a organização as suas crenças e motivações inerentes ao modelo de negócio, assim como desenvolver a ideia de negócio a partir de uma necessidade do mercado ou de um problema a ser solucionado em detrimento da satisfação dos consumidores. Nesse sentido, poderão ser definidas estratégias que levarão a empresa a obter sucesso e espaço no mercado pretendido pelos idealizadores do negócio.
Fase 2 - Administração do conhecimento estratégico
O conhecimento estratégico trata do saber sobre o negócio por parte da gestão da empresa. Nesse aspecto, podem-se realizar análises externa e interna, sendo a primeira a que sugere as condições às quais a empresa está submetida (de forma positiva ou em impactos negativos, podemos citar como exemplo o aumento da inflação) e a segunda, correspondente à análise dos fatores internos, à qual denominamos forças e fraquezas. Esses fatores se fundamentam no que tange ao exercício da organização, como a baixa capacidade produtiva, quando pensamos em fraqueza, ou uma equipe com pessoas competentes e motivadas, quando citamos um exemplo de força.
Nos processos decisórios, o gerenciamento de conhecimento estratégico é importante para definições futuras. Chiavenato (2003, p.175 e 176), de forma clara apresenta que: “as decisões que fazem sentido apenas para um cenário são perigosas e podem ser armadilhas em outros. O poder dos cenários é permitir que nos preparemos, entendendo as incertezas e o que elas possam significar.” Ou seja, antes de cada decisão a ser tomada, é necessária a análise dos cenários, para que sejam conduzidas as possibilidades solucionadoras eficazes de acordo com cada cenário real que se relaciona com o problema.
Fase 3 - Formulação estratégica
Conhecida também como planejamento estratégico, esta fase compete as definições tomadas que visam prever os problemas ou antecipar demandas com a missão de estar à frente no mercado de forma a obter mais resultados para a instituição. Segundo Chiavenato (2003, p.207), “o processo de planejamento estratégico requer que se aprenda a construção de modelos para chegar à fase da tomada de decisão”, que convida o gestor a entender os melhores meios para se chegar a uma decisão de acordo com a estrutura organizacional.
Fase 4 - Implementação
Nesta fase é crucial alinhar os objetivos com os colaboradores, que necessariamente precisarão ser motivados, orientados e focados para que o planejamento seja executado com excelência. Cabe à gestão corporativa entender que, na maioria das vezes, as mudanças são difíceis de serem aceitas, recebidas e aplicadas pelas pessoas. Portanto, a mobilização para o engajamento da equipe e o acompanhamento fará a mudança acontecer após cada tomada de decisão. Assim, na fase de implementação serão postos em prática os procedimentos contemplados pela estratégia que será adotada pela organização.
Sistematização
A sistematização é a forma processual e sequencial de se organizar ideias, pensamentos, decisões e processos. Por meio da sistematização, criamos a distribuição ordenada do que será executado.
Como exemplo, podemos citar o momento de colocar em uma ordem lógica e eficaz as regras a serem cumpridas em um determinado setor de uma empresa.
No que se refere aos processos decisórios, diante do exposto pode-se presumir que a sistematização deve ser uma ferramenta rotineira pertinente à tomada de decisão, já que envolve diversos problemas, ideias e alternativas. Nesse sentido, classificar os problemas, ordenar os pensamentos e categorizar as alternativas e possibilidades ajudaria a empresa a ter clareza nos processos decisórios e, assim, fazer as escolhas mais assertivas.