Introdução à Anatomia: fundamentos da construção corpórea

Encerramento

Por que o homem começou a estudar anatomia?

O homem passou a estudar anatomia devido à necessidade de conhecimento para intervenções médicas, sendo o alicerce para essas práticas, além de ser uma ferramenta para descrição de uma espécie em comparação a outra.

O estudo da anatomia só é aplicado em cadáveres?

O estudo da anatomia não é apenas realizado em cadáveres. O homem sempre teve a curiosidade de conhecer o universo do seu ser e a anatomia é a ponte que nos leva a esse conhecimento. A partir da anatomia o homem retrata sua sociedade e tem ferramentas para curar. Com o advento das tecnologias, a anatomia deixou de ser uma prática apenas de dissecação de cadáveres, para empregar o seu estudo em relação ao ser vivo (in vivo). Para isso, no entanto, é necessário o conhecimento anatômico topográfico e comparativo que é realizado com os animais mortos. A avaliação de uma imagem por meio de radiografia, de tomografia, ressonância magnética e ultrassonografia são exemplos de estudo anatômico in vivo, pois busca-se avaliar a normalidade por meio da imagem, com base no que já se conhece do normal.

Por que determinar uma posição para estudo e para divisão anatômica animal?

Determinamos uma posição do animal para poder padronizar e favorecer o estudo topográfico e indicar as partes do corpo.

Por que é necessário conhecer a histologia e a construção topográfica do corpo do animal?

O corpo animal sofre várias modificações em seu desenvolvimento, como alteração na forma, na estrutura da camada mucosa de alguns órgãos ocos e na topografia de alguns órgãos e estruturas. Para descrever essas modificações é necessário conhecer histologia e construção topográfica do corpo. Ao avaliar um rebanho leiteiro, verificamos alterações anatômicas, principalmente relacionadas a idade, sobretudo quando é abordado o aparelho gastrointestinal. Ao avaliar o ventrículo desses animais, o médico veterinário precisa ter em mente os planos de delimitação e secção, os princípios de construção do corpo e os fatores de variação anatômica.

Resumo da Unidade

A Anatomia é a ciência que estuda o corpo animal em relação à sua forma, estrutura e função, estabelecendo uma íntima relação com a fisiologia. Entre as ciências das práticas médicas, a Anatomia destaca-se por ser um alicerce, sobretudo em Medicina Veterinária, pois é ela quem dá embasamento para a aplicação técnica da clínica, cirurgia, anestesiologia, inspeção de produtos de origem animal, entre outros. Esta ciência data do início da civilização, com as representações do cotidiano e da forma dos animais e do próprio homem a partir de desenhos feitos pelo homem pré-histórico. Com a necessidade de curar o homem e os animais de enfermidades, passou-se, então, a aplicar a ciência médica em paralelo ao desejo de suprir a carência de conhecimento sobre a constituição do corpo. Vários estudiosos enfrentaram tabus e perseguições para que esse saber chegasse até a atualidade.

Pesquisas envolvendo morfologia foram realizadas por autores de renome durante vários séculos, cada um deles descrevendo e nomeando à sua maneira as estruturas ou órgãos abordados. Diante disso, houve a necessidade de padronizar a nomenclatura anatômica para que todos os pesquisadores descrevessem-na de igual modo. Assim, baseada na Nomina Anatômica humana, foi lançada a Nomina Anatômica Veterinária.

Com o objetivo de unir os parâmetros de descrição em Anatomia, é necessário padronizar uma posição anatômica. Dessa forma, independentemente de onde o animal esteja, desde o estábulo à mesa de dissecação, os termos indicativos de posição e direção serão os mesmos.

Com o intuito de favorecer o estudo e a indicação das partes do animal, o corpo é dividido a partir de planos imaginários, chamados de plano de delimitação e planos de secção ou construção corpórea. Para auxiliar as referências acerca da posição e direção e posição dos órgãos, também são traçadas linhas imaginárias, que chamamos de eixos. O corpo é construído sobre princípios que auxiliam o estudo topográfico, histológico e embriológico, que são induzidos pelos planos. Estes princípios visam apenas enquadrar o animal para observação, mas não há conformidade em relação às características morfológicas e funcionais, o que impede a padronização. Com isso, são empregados conceitos que relatam a variação individual ou entre espécies.